sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Levei outro cano...
Bom, como vcs sabem, troquei de empregada. A nova começou em janeiro, com tudo pra dar errado... 54 anos, fumante e fã de uma cervejinha (detalhe que vim saber depois dela ter começado).

Primeira semana de trabalho: 17:30 e nem as camas arrumadas. Duro! Dava vontade de chorar.
Cheguei a conclusão que não ia fazer como com a anterior que fiquei dando tanta chance que no final a gente ja nao se suportava mais... Antes mesmo de completar 1 semana resolvemos mandar embora, mas na hora H eu pra variar com meu coração mole amarelei e dei mais uma chance.

Sou uma pessoa gulosa e ela acabou me conquistando pelo estomago, pois cozinha superrrr bem. Bom, resolvi ir tentando, cometendo o mesmo erro da anterior...

Na quinta passada ela veio me pedir para não trabalhar no sábado, pois precisava internar o filho viciado. Detalhe omitido por 2 semanas... e olha que eu cheguei a perguntar bem diretamente se o filho dela tinha algum problema.

Conversei novamente com o Marcelo sobre ficar ou não com ela, pois eu tinha aberto mão de uma pessoa super bem indicada pq tinha um filho com o mesmo problema e como eu moro em casa de rua e fico muito sozinha, eu tenho medo.

Pela milésima vez demos outro chance. Conversamos muito com ela e pedimos para ela nos contar qdo tiver um problema, até pra gente poder entender qdo ela não estiver trabalhando direito, pois com a cabeça quente realmente é difícil se concentrar, etc.

Definido que daríamos mais uma chance, pagamos o contrato da agencia e pedimos para ela ir fazer um exame médico admissional. O exame estava marcado para ontem as 16 horas. Ela saiu de casa as 14, para voltar entre 17 e 18h. Como não apareceu as 18, dei janta do Theo. As 20h fiz a do Marcelo. Nada de aparecer.
As 21:30h liguei no celular dela e a filha atendeu dizendo que o celular estava com ela (obvio) e que não sabia da mãe. Pedi para me ligar assim que tivesse notícia.
Liguei na casa dela e nada tb. Fiquei ligando na casa e no celular até 00h. Apavorada, pois tinha sido a primeira vez que ela tinha saído com a minha chave e o controle do portão, não dormimos.

De manhã nada dela.... Cancelei a natação do Theo e o mandei para escolinha bem cedo. Fiquei em casa tentando notícias. Liguei novamente para filha, que a essa altura já tinha desligado o celular, liguei na casa e continuavam sem atender, liguei na agencia que a contratei e nada tb. Comecei a me preparar para ir até a delegacia pra registrar um boletim de ocorrencia pelo desaparecimento dela. Foi aqui, perto de 11h da manhã que ela deu a primeira notícia. Me ligou dizendo que o filho saiu da clínica e aprontou todas. Que a filha que tb morava na casa com o genro e o neto tiveram que se mudar. Pq a filha não me disse isso ontem???

Bom, fiquei em casa esperando-a. Novamente o telefone tocou, era ela dizendo que não vinha mais, pq estava sem cabeça pra trabalhar (CLARO!). Avisei que nós íamos até a casa dela para buscar a chave e o controle do portão.

Arrumamos as coisas dela, colocamos no carro, fizemos o recibo, passamos no banco e fomos pra lá. Demos de cara com a porta! Alias, com a porta aberta.

Gente, que situação triste. Me coloquei em seu lugar e mais uma vez meu coração mole quis voltar atras. Uma mãe, ver sua casa destruída pelo filho... aiiiii... Filho este, que ela gerou, amamentou, trocou, passou noites em claro, amou incondicionalmente... Que mãe merece passar por isso.
Me senti um nada, vendo aquilo.

Conversamos com um vizinho, que nos contou que ela tinha saído dizendo que ia trabalhar e que a filha, genro e neto se mudaram no dia anterior, fugindo o filho drogado, que saiu no tapa com o cunhado e foi parar na delegacia.

Voltei pra casa muda... me sentindo a pior das criaturas por mandá-la embora neste momento tão difícil.

Conversei com a mãe dela no telefone e esta me disse para ficar tranquila que ela iria trazer a minha chave pessoalmente. Ela ainda se ofereceu pra me dar uma ajuda. Gente, que pessoa doce essa vózinha.

Nosso interfone tocou e era ela. Veio de mudança. Largou a casa e o filho e veio pra cá, pra ficar de vez, realmente morar.
Foi pega de surpresa, com mais essa notícia. Eu queria entrar num buraco naquele momento. Me deu um nó na garganta que eu não consegui dizer nada, deixei por conta do Marcelo.

Como ela tinha bastante coisa aqui, nos oferecemos para levá-la em casa e ela nos respondeu: "Vcs não entenderam, eu não tenho mais casa!".
Ela foi para o terminal de onibus pensar para onde poderia ir.
PQP... eu queria morrer... como eu posso mandar alguém assim para rua???

Me senti a pior das criaturas. Julgar uma mãe é errado demais, principalmente numa situação como essa, onde ela não tem o que fazer.

Ela nos disse assim: "Da noite para o dia, perdi minha casa, minha família e agora meu emprego".

Foi como ganhar um soco no estomago, me faltou até ar.

Que situação! Filho é uma coisa ingrata, né?!
Olhar para um adulto drogado e julgá-lo é fácil, mas esse adulto já foi um serzinho lindo, doce e sorridente que dormia embalado no colo da mãe. Nossa, não consigo me conformar com tamanho sofrimento. Como um filho pode causar tanta dor numa mãe?

Filhote, te amo demais... muito mesmo... espero que vc trilhe um caminho melhor na sua vida.

Nos colocamos a disposição dela para ajudar com remédio, internação ou qq outra coisa que ela precise, mas infelizmente, aqui em casa realmente não dá mais pra ficar.

Vou sair agora pra buscar o pequeno na escola.

Bjs
 
Escrita por Briza e Marcelo at 15:17 | Permalink |


1 Comments:


  • At 1 de fevereiro de 2011 às 19:48, Blogger vanice

    Oi Briza...Obrigada pelas dicas e pela visitinha lá no bloguinho; Vou fazer as coisas que ensinou.
    Menina,que situação!! Muito triste,só de ler ,foi me dando um nó na garganta...Que Deus ajude essa Mãe.
    mil beijos e cheirinho no Theo